Incontinência Urinária
Uma em cada três mulheres pode vir a sofrer com a perda de urina involuntária em algum momento da vida segundo a Urology Care Foundation e entre os idosos, o índice é ainda maior, estipulando que 7 em cada 10 vão ter esse problema.

Importante destacar que a incontinência urinária não está associada ao aumento da mortalidade. No entanto, essa condição pode afetar muitos outros aspectos da saúde de um paciente, como:
- Qualidade de vida: a incontinência urinária está associada à depressão e ansiedade, comprometimento do trabalho e isolamento social devido à vergonha do escape constante de urina;
- Disfunção sexual: incontinência durante a atividade sexual (incontinência coital), que pode afetar até um terço de todos os indivíduos incontinentes, e o medo da incontinência durante a atividade sexual contribuem para a disfunção sexual;
- Infecções perineal: devido ao ambiente de umidade, frequentemente pode haver o desenvolvimento de infecções perineais, como a candidíase, por exemplo, desencadeando sintomas adicionais de urgência miccional e ardência ao urinar.
Existem quatro tipos principais de incontinência, entre eles são:
- Incontinência de esforço: indivíduos que sofrem com esse problema têm perda involuntária de urina que ocorre com aumento da pressão intra-abdominal (por exemplo, com esforço, espirros, tosse, riso) na ausência de contração da bexiga;
- Incontinência de urgência: pessoas com incontinência de urgência experimentam o desejo de urinar imediatamente antes ou acompanhado de perda involuntária de urina. A quantidade de vazamento varia de algumas gotas a roupas de baixo completamente encharcadas;
- Incontinência mista: pacientes com sintomas de incontinência de esforço e de urgência são caracterizados como tendo incontinência mista;
- Incontinência por transbordamento: essa condição geralmente se apresenta com perda urinária contínua ou gotejamento no cenário de esvaziamento incompleto da bexiga. Os sintomas associados podem incluir jato urinário fraco ou intermitente, hesitação, frequência e noctúria (o ato de urinar à noite).
Para direcionar um tratamento, é necessário determinar o tipo de incontinência (estresse, urgência, mista) e a sua gravidade. Geralmente, são, inicialmente, indicadas as terapias conservadoras e inclui a realização de fisioterapia pélvica. Nos casos em que esse tratamento não resolve o problema, algumas intervenções cirúrgicas podem ser realizadas.
Sling médio uretral
O sling de uretra média (uma opção cirúrgica minimamente invasiva) oferece maiores taxas de sucesso do que a terapia conservadora. O sling é um dispositivo de fita feito de polipropileno que pode ser implantado abaixo da uretra, por via vaginal, permitindo o aumento da resistência uretral e, assim, levando à redução da perda urinária.
Atualmente, esse procedimento pode ser realizado ambulatorialmente, de forma minimamente invasiva, permitindo uma alta rápida do paciente. Existem diferentes tipos de slings (naturais ou sintéticos) que podem ser melhor orientados pelo próprio médico de acordo com o caso do paciente. A cirurgia oferece altas taxas de cura para a incontinência urinária de esforço.
Esfíncter uretral artificial
Esse tipo de intervenção é realizado nos casos mais graves de incontinência urinária. O esfíncter uretral de uma pessoa normal permite que ela possa controlar voluntariamente a saída da urina.
Dessa forma, em uma pessoa com incontinência, esse esfíncter patológico não está funcionando adequadamente. Assim, esse tratamento permite que um esfíncter uretral artificial seja implantado no paciente. Esse novo dispositivo é de um material confeccionado por um elastômero de silicone sólido.
O esfíncter urinário artificial consiste em três componentes de silicone: um manguito, um reservatório de balão e uma bomba. Cada um desses componentes é conectado a um tubo de silicone e conectado durante o procedimento cirúrgico de implante. Assim, essa intervenção é capaz de restabelecer o processo fisiológico do controle urinário. Essa técnica é mais indicada em homens, sendo minimamente invasiva, apresentando muitos benefícios e baixos riscos, sendo assim, considerado um método seguro para tratar a incontinência.

Dr. Matheus Amaral
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